terça-feira, 14 de abril de 2020

14 a 18/04/2020



Olha nós aqui, novamente! 
Tudo bem??!!


Nas aulas desta semana iremos abordar sobre os "tipos de crônica", isso, mesmo! Vamos começar!

 1ª Aula

 Sabia, que as crônicas não são todas iguais? 
No vídeo, a seguir  você terá a oportunidade de aprender  sobre esses diversos tipos de crônicas. Assista com muita atenção!

 
Tipos de crônica

Como você aprendeu no vídeo acima, existem diversos tipos de crônicas – desde as apenas narrativas, passando pelas crônicas jornalísticas, até chegar em crônicas poéticas.


Relembrando>>>  


Crônica narrativa - A crônica narrativa é aquela que contém apenas elementos da narração em sua estrutura, ou seja, que apresenta personagens, tempo, espaço e enredo. Nessas crônicas, não há longos trechos reflexivos ou argumentativos, como é comum naquelas publicadas em jornais. O assunto da crônica narrativa é, em via de regra, um tema vinculado ao cotidiano das cidades.


Crônica jornalística - A crônica jornalística pode ser caracterizada como um gênero que mistura fragmentos narrativos – em geral, pequenos fatos cotidianos são contados para, em seguida, promover-se uma reflexão sobre eles – e trechos mais longos de reflexão e argumentação sobre o fato narrado. Por ser publicada em jornais, é esperado que o tema da crônica jornalística seja de interesse de um grupo social e não apenas do próprio cronista. Normalmente, os principais acontecimentos do dia ou da semana anterior são os assuntos redigidos nas crônicas jornalísticas.


Crônica humorística - Uma das marcas das crônicas narrativas e jornalísticas é, em geral, ter um enfoque humorístico acerca das cenas e acontecimentos cotidianos. Para atingir esse grau de comédia, cada cronista adota um estilo particular – há aqueles que usam da ironia para marcar sua linguagem, há outros que abordam assuntos cômicos por natureza, ou ainda os cronistas que constroem discursos engraçados por meio de associações inusitadas. Quanto mais original e criativa, melhor será a crônica.







 A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
                     (BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.




AGORA, RESPONDA NO CADERNO:

1- Quem é o autor dessa crônica?
2- Como era a noite vista pelo taxista? E pelo amigo do narrador?
3- Como era a noite para o narrador? ­­­­­­
4- Esta crônica é mais narrativa ou jornalística? Por quê?
5- Que fato do cotidiano a crônica que você leu explora?





  2ª Aula

Blecaute

    “Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos para cá?” Essa foi a pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos proveitoso.

    Não. Eu nunca tinha pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que só existem por causa da eletricidade.

    É certo que, em tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas, ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet, e me recuso a sair com a roupa amarrotada… A energia elétrica, realmente, é essencial.

    Mas, além dos benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as pessoas de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas tiravam de letra. A paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo também.

    Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar, esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E a falta de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo. Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a resposta.

    Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que deve ter nascido na mesma época da eletricidade.

    Para se ouvir música, só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça…Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a encontramos pronta em qualquer estação de rádio.

    Tudo é costume. Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora, se passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite realmente escura.

    Quando a luz finalmente voltou, minha aula já tinha acabado. Reacostumar com a claridade foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.

    Talvez esses 100 anos de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a desculpa do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais…
(PIMENTA, Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.)




01 – O texto acima é do gênero:
a) notícia
b) crônica
c) conto
d) artigo de opinião


02 – Quem narra o texto, também é personagem da história. Identifique a passagem que comprova isso:
a) “E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet […]”
b) “Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão […]”
c) “As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite […]”
d) “Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.”


03 – Aponte o fato que motivou a narrativa:
a) a pergunta feita pelo professor de violão clássico sobre a eletricidade.
b) o blecaute demorado na aula de música.
c) a comodidade proporcionada pela eletricidade.
d) o retorno da luz na aula de música.


04 – A autora do texto expõe uma opinião no fragmento:
a) “[…] culpa de um gerador queimado por algum raio […]”
b) “Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador […]”
c) “A energia elétrica, realmente, é essencial.”
d) “Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões.”


05 – “Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical”. A que a autora do texto se refere?


06 – No trecho “[…] mas, ficar totalmente sem ela, jamais.”, o pronome “ela” substitui:
a) “a eletricidade”
b) “a televisão”
c) “a internet”
d) “a roupa amarrotada”


07 – Sublinhe as ações verbais que compõem este segmento:
“As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua […]”


08 – Assinale a frase em que a locução destacada exprime a ideia de tempo:
a) “Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador […]”
b) “[…] que só existem por causa da eletricidade.”
c) “Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado […]”
d) “[…] não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem […]”


09 – No fragmento inicial, as aspas destacam:“Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos para cá?”
a) a pergunta que motivou a escrita do texto.
b) a parte mais importante do texto.
c) uma fala que não pertence à narradora do texto.
d) um questionamento feito pela narradora do texto.


10 – Pode-se concluir que a autora escreveu o texto acima para:
a) criticar o leitor.
b) informar o leitor.
c) emocionar o leitor.
d) fazer o leitor refletir.


3ª Aula

Você já sabe o que é uma crônica. E uma paródia, você sabe?
 
Paródia consiste na recriação de uma obra já existente, a partir de um ponto de vista predominantemente cômico. Além da comédia, a paródia também pode transmitir um teor crítico, irônico ou satírico sobre a obra parodiada, através de alterações no texto ou imagem do produto original, por exemplo.

Veja ,que interessante! No vídeo abaixo, se faz a utilização de um gênero para falar sobre outro.
Vamos assistir?






01. Sua missão agora, é descobrir a letra da música original, sobre a qual foi construída a paródia e transcrevê-la para o seu caderno.

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