Olha nós aqui, novamente!
Tudo bem??!!
Nas aulas desta semana iremos abordar sobre os "tipos de crônica", isso, mesmo! Vamos começar!
1ª Aula
No vídeo, a seguir você terá a oportunidade de aprender sobre esses diversos tipos de crônicas. Assista com muita atenção!
Tipos de crônica
Como você aprendeu no vídeo acima, existem diversos tipos de crônicas – desde
as apenas narrativas, passando pelas crônicas jornalísticas, até chegar em crônicas poéticas.
Relembrando>>>
Crônica narrativa
- A crônica narrativa é aquela que contém apenas elementos da narração em sua estrutura, ou seja, que apresenta
personagens, tempo, espaço e enredo. Nessas crônicas, não há longos trechos reflexivos ou argumentativos, como é comum
naquelas publicadas em jornais. O assunto da crônica narrativa é, em via de regra, um tema vinculado ao
cotidiano das cidades.
Crônica jornalística
- A crônica jornalística pode ser caracterizada como um gênero que mistura fragmentos narrativos – em geral,
pequenos fatos cotidianos são contados para, em seguida, promover-se uma reflexão sobre eles – e
trechos mais longos de reflexão e argumentação sobre o fato narrado. Por ser publicada em jornais, é
esperado que o tema da crônica jornalística seja de interesse de um grupo social e não apenas do próprio cronista.
Normalmente, os principais acontecimentos do dia ou da semana anterior são os assuntos redigidos nas crônicas
jornalísticas.
Crônica humorística
- Uma das marcas das crônicas narrativas e jornalísticas é, em geral, ter um enfoque humorístico acerca das cenas e
acontecimentos cotidianos. Para atingir esse grau de comédia, cada cronista adota um
estilo particular – há aqueles que usam da ironia para marcar sua linguagem, há
outros que abordam assuntos
cômicos por natureza, ou ainda os cronistas que constroem discursos engraçados
por meio de associações
inusitadas. Quanto mais original e criativa, melhor será a crônica.
A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar
à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para
casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que
lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as
nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de
sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o
chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a
ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta
e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro
para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente.
Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me
disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão
veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.
AGORA, RESPONDA NO CADERNO:
1- Quem é o autor dessa
crônica?
2- Como era a noite vista
pelo taxista? E pelo amigo do narrador?
3- Como era a noite para o
narrador?
4- Esta crônica é mais
narrativa ou jornalística? Por quê?
5- Que fato do cotidiano a
crônica que você leu explora?
Você já sabe o que é uma crônica. E uma paródia, você sabe?
2ª Aula
Blecaute
“Sabia que a luz elétrica, no Brasil,
existe apenas de uns 100 anos para cá?” Essa foi a pergunta que meu professor
de violão clássico me fez no meio de um blecaute demorado – culpa de um gerador
queimado por algum raio – que fez com que a aula tomasse outro andamento,
totalmente improvisado, mas não menos proveitoso.
Não. Eu nunca tinha pensado nisso.
Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador, eu
também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que faço. Não me imagino
sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o computador, o abajur e tantos
outros vícios de conforto que nem percebemos que só existem por causa da
eletricidade.
É certo que, em tempos de
racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas, ficar
totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de
acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no
friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso, não
deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet, e me recuso a sair
com a roupa amarrotada… A energia elétrica, realmente, é essencial.
Mas, além dos benefícios da luz, a
pergunta do meu professor me fez pensar em como as pessoas de 100 anos atrás
viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas tiravam de letra. A
paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo também.
Para se mandar uma carta, era preciso
escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar, esperar até o destinatário
receber, resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim,
descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já
estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E a falta de paciência e o
excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo. Agora tudo é feito por
e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a resposta.
Para se enxergar à noite, era
necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais cedo,
conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que deve
ter nascido na mesma época da eletricidade.
Para se ouvir música, só se fosse ao
vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça…Talvez por isso as pessoas de
antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram incentivadas a
“fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a encontramos pronta em
qualquer estação de rádio.
Tudo é costume. Até alguns anos
atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora, se passo um dia
sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram da
tranquilidade de uma noite realmente escura.
Quando a luz finalmente voltou, minha
aula já tinha acabado. Reacostumar com a claridade foi bem mais difícil do que
me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser
espontâneas, o romantismo das velas sumiu.
Talvez esses 100 anos de claridade
noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para
esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a desculpa do
racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um
clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer
que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais…
(PIMENTA, Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo
Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.)
01 – O texto acima é do gênero:
a) notícia
b) crônica
c) conto
d) artigo de opinião
02 – Quem narra o texto, também é personagem da
história. Identifique a passagem que comprova isso:
a) “E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador
de cabelo nem de usar a internet […]”
b) “Para se mandar uma carta, era preciso escrever
à mão […]”
c) “As pessoas começaram a usar e se esqueceram da
tranquilidade de uma noite […]”
d) “Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser
espontâneas, o romantismo das velas sumiu.”
03 – Aponte o fato que motivou a narrativa:
a) a pergunta feita pelo professor de violão
clássico sobre a eletricidade.
b) o blecaute demorado na aula de música.
c) a comodidade proporcionada pela eletricidade.
d) o retorno da luz na aula de música.
04 – A autora do texto expõe uma opinião no fragmento:
a) “[…] culpa de um gerador queimado por algum raio
[…]”
b) “Assim como as crianças do século XXI não sabem
o que é viver sem computador […]”
c) “A energia elétrica, realmente, é essencial.”
d) “Para se enxergar à noite, era necessário usar
velas e lampiões.”
05 – “Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham
mais aptidão musical”. A que a autora do texto se refere?
06 – No trecho “[…] mas, ficar totalmente sem ela,
jamais.”, o pronome “ela” substitui:
a) “a eletricidade”
b) “a televisão”
c) “a internet”
d) “a roupa amarrotada”
07 – Sublinhe as ações verbais que compõem este segmento:
“As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam
mais e passeavam sob a luz da lua […]”
08 – Assinale a frase em que a locução destacada exprime
a ideia de tempo:
a) “Assim como as crianças do século XXI não
sabem o que é viver sem computador […]”
b) “[…] que só existem por causa da eletricidade.”
c) “Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que
ele é enviado […]”
d) “[…] não tenham sido tão pouco assim, já que
foram suficientes para esquecermos o bem […]”
09 – No fragmento inicial, as aspas destacam:“Sabia que a luz elétrica, no Brasil,
existe apenas de uns 100 anos para cá?”
a) a pergunta que motivou a escrita do texto.
b) a parte mais importante do texto.
c) uma fala que não pertence à narradora do texto.
d) um questionamento feito pela narradora do texto.
10 – Pode-se concluir que a autora escreveu o texto
acima para:
a) criticar o leitor.
b) informar o leitor.
c) emocionar o leitor.
d) fazer o leitor refletir.
3ª Aula
Paródia consiste na recriação de uma obra já existente, a partir de um ponto de vista predominantemente cômico. Além da comédia, a paródia
também pode transmitir um teor crítico, irônico ou satírico sobre a
obra parodiada, através de alterações no texto ou imagem do produto
original, por exemplo.
Veja ,que interessante! No vídeo abaixo, se faz a utilização de um gênero para falar sobre outro.
Vamos assistir?
01. Sua missão agora, é descobrir a letra da música original, sobre a qual foi construída a paródia e transcrevê-la para o seu caderno.
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