domingo, 5 de abril de 2020

06 a 08/04/2020





 Língua Portuguesa – 8 º Ano

Período de  06 a 10/4



Oi gente!!! Tudo bem com vocês?
Hoje, estou passando por aqui para reforçarmos o nosso conhecimento sobre crônicas.  Vamos aprender mais?

1ª aula

Mas o que são as crônicas?

As crônicas são textos narrativos curtos, geralmente, produzidos para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc. As crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano.

Para conhecerem melhor esse gênero textual, acessem esse vídeo:


 
https://youtu.be/0Gp6_6mugzs

CRÔNICA
Então, vamos recapitular algumas características desse gênero?

– É escrita em textos curtos;
– Possui linguagem despojada e simples;
– Narra situações do cotidiano;
– Visa prender a atenção do leitor.
Agora, vamos ler a crônica “A Velha Contrabandista” 


A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “espáia”? – quis saber a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
Stanislaw  Ponte Preta


Gostaram? Vocês esperavam esse final da história?


* Agora, chegou o momento de vocês copiarem as questões e respondê-las no seu caderno.

 1- “- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. A frase destacada é uma:

(A) narração.
(B) descrição.
(C) explicação.
(D) diálogo.    

2. Esse texto é

( A  ) uma notícia.
( B ) um conto.
( C ) uma crônica.
( D ) uma reportagem.    

3. Na frase” – O senhor promete que não “espáia”? – quis saber a velhinha. Verifica-se o predomínio da linguagem

( A ) informal.
( B ) formal.
( C ) acadêmica.
( D ) científica.

4. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
A expressão em itálico significa que:
(  A  ) Todos na alfândega são peritos em identificar o contrabando.
(  B ) Todos na alfândega conheciam a velhinha.
(  C ) Ninguém na alfândega manjava sobre contrabando.
(  D  ) Todos na alfândega sabiam o que a velhinha contrabandeava.



5. O que causa humor no texto?


6. Se você fosse o fiscal, teria percebido qual o contrabando? De que forma?


7. O texto fala sobre fronteiras e alfândega. Explique o significado das duas palavras: Fronteira e Alfândega. 


8. Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco? Na sua opinião o policial tratou a senhora com respeito? De que forma ele poderia tê-la abordado de forma mais respeitosa?




2ª aula

* Agora, vamos conhecer outra crônica, “A Bola” de Luís Fernando Veríssimo.
Luís Fernando Veríssimo é um escritor de Porto Alegre (RS). Famoso por suas crônicas e contos de humor, é também jornalista, tradutor, roteirista de programas para televisão e músico. É filho do escritor Érico Veríssimo.


 
 A Bola


O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro.
Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
– Como é que liga? – perguntou.
– Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
– Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.
– Não precisa manual de instrução.
– O que é que ela faz?
– Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
– O quê?
– Controla, chuta…
– Ah, então é uma bola.
– Claro que é uma bola.
– Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
– Você pensou que fosse o quê?
– Nada, não.
O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Baú, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente.
O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
– Filho, olha.
O garoto disse “Legal” mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.
 Luiz Fernando Veríssimo



Responda aos questionamentos, abaixo,  no seu caderno:
  • Qual o tema dessa crônica?
  • Quem são os personagens?
  • Qual a reação do garoto ao ganhar o presente?
  • Como você imagina que o pai se sentiu ao ver a reação do filho?
  • Na sua opinião, como o pai esperava que o filho reagisse?
  • Escreva duas características do filho.
  • Você consegue destacar uma característica da crônica neste texto? Qual?




Até a próxima aula!


 

Feliz  Páscoa!!


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